Lá vem nho Cacai da ourela do mar
Acenando a sua desilusão
De todos os continentes!
Ele traz o peito afogado em maresias
E os olhos cansados da distancia das horas...
Lá vem nho Cacai
Com a boca amarga de sal
A boiar o seu corpo morto
Na calmaria da tarde!
Nho Cacai vem alimentar os seus filhos
Com histórias de sereias...
Com histórias das farturas das Ame'ricas...
Os seus filhos acreditam nas Américas
E sabem dormir com fome...
(Hora grande, 1962, Onésimo Silveira)